quinta-feira, 16 de abril de 2015

Luíz Felipe Santos:"Em alguns anos, talvez, volte a dançar no Brasil."


Luíz Felipe Santos, 22 anos, bailarino internacional.
    Durante o trilhar da carreira artística é evidente a quantidade de pessoas que conhecemos neste mundo artístico, ao longo de inúmeras aulas, audições e trabalhos . Como dizemos, "é um ovo" e todo mundo se conhece.E, sempre há espaço para conhecermos novos talentos!

    E, foi nessa incrível jornada  que conheci Luíz Felipe Santos, durante uma aula de Jazz Dance. A empatia foi instantânea e há 5 anos partilhamos sonhos, planos, aulas, audições, trabalhos, decepções, parcerias e, principalmente, a amizade , deste então. Ele foi uma das primeiras pessoas que me fez refletir sobre o quanto artista é aquele que descobre (muitas das vezes ainda criança), o que deseja ser, investe, muda de cidade, batalha por isso. E, tudo ( e mais um pouco) não acontece no tempo mínimo de uma faculdade, pelo contrário, ocorre por toda uma vida de aprendizado a londo prazo, e para sempre.
Em 2013, na Hollywood Walk Of Fame, em Los Angeles.
    Na estadia pelo Rio De Janeiro, ele adquiriu a técnica necessária, foi premiado em festivais de dança, foi meu partner no musical infantil "Tesouro Encantado" (de Luciana Martins), dançou na China, no Criança Esperança, na abertura da novela Avenida Brasil, no Casseta&Planeta, em Comissão de Frente do Boi da Ilha, fez parte da "Vivá Cia de Dança", do Carlos Fontinelle, entre tantas coisas...

   Atualmente, aos 22 anos, há quase duas primaveras, é um bailarino bem-sucedido, contratado por uma das melhor linhas de cruzeiros do mundo, Princess Cruises. Mesmo durante o trabalho, atravessando o Oceano Pacífico, foi por e-mail que pudemos realizar a entrevista, cujo relata comparações trabalhistas do mercado de trabalho nacional e estrangeiro; as dificuldades apresentadas, inspirações, reações familiares ao sair de casa e ao se aventurar para o mundo. E, juro que ao ler foi possível ouvir nítida sua voz e suas risadas, na minha mente! Confira:

1) Como foi que você descobriu que queria ser bailarino?
   Descobri que queria ser bailarino quando tinha, mais ou menos, 12 anos. Eu adorava assistir filmes, programas de TV e shows que continham dança e me imaginava sendo um dos bailarinos. Às vezes, até aprendia as coreografias! 

2) Quando você começou a dançar? Quem foi sua inspiração?
   Comecei dançando Hip Hop aos 10 anos, Jazz aos 12 e Ballet Clássico aos 15. Minha inspiração, na época, foi um bailarino que estava dançando na Cia de Dança Déborah Colker, chamado Cristiano Joaquim. Eu o assisti em um espetáculo na minha cidade natal, Resende, quando eu tinha uns 14 anos, e sempre quis dançar como ele!

3) Como foi sua transição da ginástica para a dança? 
   Decidir parar com ginástica, para mim, foi um momento bem difícil.Pois, sempre amei ginástica olímpica. Mas, tive que tomar essa decisão, pois não queria me machucar e arriscar minha futura carreira na dança, por ser um esporte bem perigoso.  Hoje em dia, ainda faço algumas aulas de vez em quando, só para manter o que já sei, mas, nada muito extravagante. A ginástica sempre me ajudou na dança, por ter me dado bastante flexibilidade, força e um diferencial nas audições! (Risos)

4) Como sua família reagiu quando você decidiu sair de Resende e vir para o Rio de Janeiro? Quantos você anos tinha?
   Foi uma surpresa pra minha família. Pois, não tinha falado pra ninguém que eu estava me preparando para fazer um teste na Escola De Dança Petite Danse, no Rio.Quando avisei minha mãe, eu já tinha marcado a data e horário do teste e ela só teria que me levar! Quando passei e entrei pra estudar na escola foi mais uma super surpresa para todos. Eu tinha 16 anos e já teria que me mudar pro Rio em 2 meses, depois que passei no teste.  Tudo aconteceu muito rápido! É só tenho a agradecer a escola e a diretora Nelma Darzi por ter me ajudado.

5) Quais eram suas expectativas para o mercado da dança ao chegar na cidade? E, na realidade, como realmente foi?
  Eu sabia que era uma carreira muito difícil e super concorrida! E na realidade, foi muito mais do que eu imaginava! (Risos). O início foi bem difícil pra mim. E, tive que me adaptar muito rápido aos testes e ao mercado de trabalho.

6) Quando e porque você decidiu fazer sua primeira viagem internacional?
   Minha primeira viagem aconteceu por um acaso, não tinha planejado na verdade. Em maio de 2012, vi um anúncio na internet sobre uma produtora que estava precisando de bailarinos para uma viagem para a Coreia do Sul! Conversei com uns amigos e decidimos fazer o teste. No dia anterior ao teste, todos os meus amigos desistiram de fazer o teste, inclusive eu. Liguei pra minha mãe avisando que não iria fazer o teste e tudo. Mas, na manhã seguinte, acordei, fui fazer o teste e acabei passando. Duas semanas depois eu estava de malas prontas e no aeroporto a caminho da Coréia! (Risos)

7) Para quais países você já viajou  trabalhando com dança?
   Vários e vários! (Risos)
   Só não pisei no continente europeu. Já fui para os Estados Unidos, México, Chile, Argentina, Africa do Sul, China, Japão, Coreia do Sul, Indonésia, Malásia, Austrália, Nova Zelandia, Nova Guiné, Polinésia Francesa, Vanuatu, Ilhas Fiji, Nova Caledônia, Tonga, Samoa, Mariana Islands, Tasmânia e Tahiti! Acho que só por enquanto! (Risos)

8) Quais são os principais aspectos que diferenciam da classe e do mercado de trabalho de dança no Brasil e em outros países? 
    Nos Estados Unidos e na Austrália, que foram aonde tive mais contato com o mercado de trabalho, eles valorizam muito mais o bailarino! Tem muito mais áreas para se trabalhar e o pagamento é muito bom. As aulas de dança são maravilhosas também! Num nível que eu nunca tinha presenciado antes! E os bailarinos são muito bons. São bem completos! Hábeis em qualquer modalidade!

9) Hoje, como você vê o mundo dança no Brasil? 
   Está em progresso! Muito melhor de quando eu comecei a trabalhar profissionalmente, há 5 anos atrás. Estão exigindo muito mais dos bailarinos e explorando os melhores lados da dança em um todo!  Hoje em dia, sempre querendo os melhores bailarinos ao redor. Poderiam ter mais áreas de trabalho, mas está a caminho!

10) Você pensa em voltar a trabalhar cotidianamente no Brasil? Por quê?
 Por enquanto, não. Talvez em alguns anos, se a dança no Brasil se igualar ao mercado internacional! Atualmente, trabalho numa companhia americana, os direitos e privilégios que tenho,  trabalhando com eles, eu não os trocaria por um trabalho no Brasil no momento. Mas, eu nunca digo nunca! (Risos)


    Felipe,

    Só posso deseja que sua luz irradie mais e muitas felicidades! 

    Saudades. Muito obrigada por tudo, amigo!
Atual bailarino da Princess Cruises, uma das melhores cias de cruzeiros.


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